12 fevereiro 2010

BOLA BRANCA 31 01 2009

Meu debate com o técnico Beto Almeida, após a convincente vitória do Pelotas sobre o Ypiranga, pode soar mal para alguns desinformados torcedores, ou até mesmo para aqueles que gostam e se sensibilizam com o puxasaquismo e as obviedades. Colocar idéias, contrapor, me parecem aspectos positivos para um veículo de comunicação, mesmo que a arrogância e a auto-suficiência do interlocutor aflorem e fique cristalina aos ouvidos dos que escutam uma transmissão de rádio. Como muitos sabem, não sou de bajular dirigente, jogador ou profissional de futebol e isso, obviamente, me exclui do círculo dos que recebem as informações privilegiadas dos clubes. É claro que o "puxa-saco" e o "sabujo" de dirigente, os "bruxos" de jogadores e de integrantes de comissões técnicas vão levar vantagens na conquista de boas informações, pois eles acabam repassando somente os ítens que interessam a sua fonte e a sua fonte é pródiga em usá-lo para colocar as versões oficiais, desejáveis. Elogios dos técnicos e dirigentes, nas entrevistas coletivas, são constantes aos que agradam com seus comentários. Com isso vivem em perfeita harmonia.
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Mas o que quero dizer é simples: Não tenho problema nenhum em admitir que Clodoaldo não havia apresentado, na minha opinião, credenciais para ser titular do ataque do Pelotas. Eu entendia que Michel era o cara para entrar no time no caso de um terceiro atacante ou na necessidade de tirar Tiago Duarte ou Sandro Sotilli. Tanto que foi assim em Caxias do Sul e, mais uma vez, Michel foi bem dando o passe para o terceiro gol do Pelotas. O que acontece é que após o jogo contra o Juventude o Pelotas permaneceu em Salvador do Sul e por lá treinou durante o período que aguardava o jogo em Novo Hamburgo. Lá o jogador voltou a sentir uma lesão no pubis, provavelmente decorrente de um processo de lipoaspiração que fez. Essa informação não foi repassada, não foi comunicada, não foi ventilada. Não saiu em lugar nenhum. Simples. Era só liberar a notícia. Michel, que coincidentemente não faz parte do grupo dos "indicados" ficou de fora. Só isso. O que mais se deve cobrar num técnico de futebol, no meu entender, é a adoção de critérios. São os critérios justos e claros que fazem com que um técnico estabeleça as chances dos jogadores apresentaram condição de titularidade. Na minha opinião, também, o rendimento no jogo deve ser levado mais em conta do que o rendimento em treino. No caso específico, cabia sim a comissão técnica ter informado que o jogador estava "sentindo" e que não seria relacionado para o jogo contra o Novo Hamburgo. Só isso.


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Estava claro como cristal de que o sistema defensivo iria mudar com a chegada de Maurinho, Pedro e Tiago Prado. Visão clara e criteriosa de Beto Almeida. Maurinho é melhor do que Dick, Tiago Prado é muito melhor do que Jonas na zaga e Pedro o muito superior ao Diego. Sem inventar, o técnico promoveu a mudança de maneira gradativa, com a devida adaptação de cada um e o sistema se solidificou. É a "velha" utilização da simplicidade no futebol. Sem inventar, Beto Almeida qualificou a defesa. Contestará?

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O esquema com três atacantes foi bem contra o Ypiranga, poderá ser melhor ainda contra o Esportivo, mas não deve ser um esquema definitivo do time. Parece que ficou claro na entrevista coletiva de ontem após o jogo. Os adversários são estudados, os riscos são calculados e os treinamentos são feitos com base na formação da equipe a ser enfrentada. Tá certo também. Contestará?

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Elogiar, criticar, divergir, debater são elementos que fazem parte do dia-a-dia dos que vivem o futebol de maneira intensa e trabalham nele. Não entender isso é se utilizar de elementos que não contribuem para um bom andamento da harmonia que deve reinar no esporte, afinal o futebol não é mais importante do que muita coisa que nos cerca. Elevar o futebol a um patamar que possa gerar animosidades e intregas é próprio dos desprovidos de uma inteligência sadia.

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