BOLA BRANCA 27 07 2008

O “entreposto” do futebol – No passado os entrepostos ficaram famosos por serem os principais pontos de partida das mercadorias dos países. Geralmente um grande depósito portuário, passageiro e temporário, para as mercadorias. Um local por onde passavam os produtos, que ganhavam valor, e eram repassados para os mais longínquos locais do globo. Aqui em Pelotas temos o nosso entreposto do futebol: O estádio Bento Freitas!

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Competente que é, Itamar Schulle aqui chegou com sonhos e uma proposta firme em formar um time competitivo para o Brasil e o seu desafio: O Campeonato Brasileiro da Série C. Indicou jogadores com o perfil necessário para a competição, fez pré-temporada inédita em Santa Catarina e começou a formar o time em busca de uma formação compacta, o que não é fácil. Na última quarta-feira, contra a SER Caxias, finalmente o Brasil começou a mostrar que o “coletivo”, exigência principal do futebol, está se consolidando. O ataque está formado com Luciano Tanque e Cláudio Millar e a opção de Sharlei. Mas na visão de muitos ainda falta um atacante. Por que será? Ronaldo Capixaba, que só passou pelo entreposto, teve que ser liberado em virtude de negócio.

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Wílson, o volante que se consolidava, é outro que surpreendentemente fez o seu nome no entreposto e já está fazendo as malas. Vai para o leste europeu. É natural na “selva de pedra”, mas fica uma pergunta: E o trabalho do técnico? E como substituir o volante que treinou para a competição? Não há argumentos. Apareceu o pujante futebol búlgaro e disse: Depositamos a multa rescisória de R$ 30 mil no entreposto e levamos o jogador.

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Mas e Moscatelli e Júnior Paulista? Um identificado e consolidado como titular do time e outro o tão sonhado meia do futebol pelotense. Deve ter imaginado o técnico: Um meio com Wílson, Cleber “Gaúcho”, Moscatelli e Júnior Paulista. É o razoável hoje! Só na imaginação dele! Os “piratas” não deixarão!

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Até o fim da sexta-feira ainda corria que poderiam ser vítimas da “janela” européia Júnior Paulista e Marcelo Moscatelli, na minha opinião a alma do time do Brasil. Aí não há como fazer cobranças e indagações ao técnico que se vê órfão a cada momento!

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Afinal o que queremos? Quem está certo nestas estórias? Um técnico que luta para formar um time na, acepção maior do futebol, que exige constância, foco e dedicação ou os empresários que, aproveitando-se da famigerada “janela”, não tem escrúpulos em fazerem a suas propostas indecentes. Ou os jogadores que lutam por um contrato e ao primeiro bom olhar na nova “vitrine” se deixam seduzir pelos “piratas” do futebol? Que profissionais são estes?

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Estão certos os clubes, que na ânsia de comutar resultados de campo e financeiros se curvam diante da proposta em dinheiro e compromete o lado técnico de todo um trabalho? Com a palavra os dirigentes! Que expliquem a sua real função! Ou ficaremos apenas servindo de entreposto de jogadores para que aqui venham, recebam a credencial de uma equipe conhecida em todo o país, relembrem os magos do futebol que estão na ativa, joguem uma ou outra partida pelo entreposto e sumam em busca do chamado melhor espaço. Mas este melhor espaço não está aqui quando o ostracismo estava presente nas suas carreiras? O certo é que necessitamos de uma coisa: Valorizar mais o nosso! Exigir mais respeito dos que aqui aporta e quando um contrato for feito valorizar mais a tal “multa rescisória”! Dizer que aqui existe uma torcida que merece mais respeito e quer reciprocidade dos que vestem as camisas centenárias dos seus clubes. Estamos sob a égide de que uma vitória sobre a SER Caxias seja o ápice de uma campanha. Não esqueçam que ela está apenas começando. Valorizem o entreposto!

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Reta final - Como é interminável essa SEGUNDONA. Só faço uma ressalva: Zimermann tem ao seu lado um time que se repete a cada rodada. Muito bom! Disse-me um conhecido homem do futebol de Pelotas, um amigo: - Mais garra na hora da dividida! Pergunto: Será?
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Até a próxima!