03 abril 2009

BOLA BRANCA 05 04 2009

Terra sem futebol - Os Bombeiros estavam quietos e o estado faturando com a taxa do alvará, até que foram bulir com o futebol! Com o futebol não! Aí todos gritam! O que é isso? Como proibir futebol? Mas aí se descobre que não é só com o futebol! É que o futebol, para acontecer, tem que ter Brigada Militar. Nas outras atividades não há a necessidade. Necessitam de alvarás, mas não dependem da Brigada Militar para manter a sua atividade fim.
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Desde um comentário na Rádio Universidade sobre essas exigências despropositadas e sem critério dos Bombeiros do Rio Grande do Sul, não param de chegar manifestações de pequenos empresários que se dizem verdadeiramente “incomodados” pela instituição Bombeiros! Que uma verdadeira “indústria” de taxas de alvarás está institucionalizada! O quartel virou um escritório burocrático, me disse um dono de uma distribuidora revoltado e que visitou inúmeras vezes a corporação e não teve solução para o seu problema.
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É exagero pedir mais “pára-raios” na Boca do Lobo, que está dentro dos padrões dos bons estádios, comparando com outras praças. Pelo menos é o que se percebe em viagens pelo mundo do futebol, guardada as devidas proporções. Em 47 anos das sóciais e em 100 de clube, me dizia um dirigente do Pelotas, nunca foi solicitado um corrimão em centro de escada de acesso. Supõe-se que não havia mais itens a serem solicitados após intermináveis vistorias ao estádio.
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Um dono de restaurante me contou que foi pedido a ele que comprasse uma tinta anti-fogo ao custo de mais de R$ 900 reais o galão. Um outro clube, cujo diretor me telefonou, me disse que as “setas indicativas de saída”, colocadas no ano passado no salão, já não servem mais e que devem ser substituídas por “setas indicativas de saída fluorescentes”. Um administrador de um simples salão paroquial me atacou na rua para me dizer que ele não consegue obter alvará de funcionamento: A Igreja já gastou mais em “taxas de vistorias” do que com a pequena reforma feita no salão. Um dono de posto de combustível luta para obter um novo alvará há mais de dois anos. A cada vistoria uma nova exigência e novas taxas. Uma grande rede de TV do Rio Grande do Sul, que tem retransmissora em Pelotas, o seu diretor se diz indignado com o tratamento e disse-me que mandou preparar matéria especial sobre o assunto. Uma outra pessoa, proprietária de escola, mandou-me um e-mail relatando-me os verdadeiros absurdos exigidos ao seu estabelecimento. Quase todos dizem que lhes é indicado uma empresa tal para fazer o “serviço” e que ao contratar a “tal” empresa o processo “deslancha” disse bem assim o interlocutor a eles.
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Chegam primeiramente dois soldados para fazer uma primeira vistoria solicitada, após o pagamento da tal taxa de vistoria, já não bastassem os inúmeros impostos pagos ao estado. Então são descobertos novos itens para ser reparados o que impede, é claro, a aprovação de imediato para a obtenção do alvará. Uma nova vistoria é solicitada e a dupla de soldados que vem fazer a nova visita, após o pagamento de uma nova taxa, é outra. Esta outra dupla descobre novos itens no estabelecimento o que impede mais uma vez a liberação do dito alvará. Passa o tempo e chega então uma terceira dupla após uma terceira taxa e assim sucessivamente. Vão alterando-se as duplas e o proprietário do estabelecimento vai literalmente perdendo a paciência e “enlouquecendo”. Chega a ser constrangedor para os proprietários encurralados e sem ter a quem recorrer. ***

Essas pessoas que me procuraram devem procurar o Ministério Publico. Foi o que disse a todos eles. Devem relatar essa vergonha institucional a quem de direito. Isso é um abalo a corporação. A única coisa que posso fazer é relatar, preservando as identidades dos interlocutores para não serem mais prejudicados ainda e falar sobre o assunto. A população sempre teve a os Bombeiros como sendo uma instituição séria e é profundamente lamentável ficar sabendo destes acontecimentos que abalam até a economia da cidade. E o pior ainda é a falta de uniformização dos critérios utilizados. Aqui em Pelotas existe uma exigência, em Rio Grande outra e imagino que em Três Passos, em Santa Maria e em Sarandi uma outra completamente diferente. Pensava-se que se tratava de uma lei estadual que regesse essa matéria de maneira uniforme no estado.
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É o futebol mais uma vez contribuindo para a sociedade. Ajudando a desmanchar essa vergonha que é esta indústria de taxas de alvarás. Com a palavra o Ministério Público do Rio Grande do Sul. As evasivas da corporação, na palavra do comandante, que ouvi nas rádios, não convenceram e nada acrescentaram até agora!
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