19 setembro 2009

BOLA BRANCA 20 09 2009

Política e futebol – A semana foi de política no futebol. Futebol e política caminham juntos não é de hoje. Ao longo dos tempos inúmeros são os casos de candidatos que se utilizam do esporte mais popular do país para galgar espaço no meio, seja em nível nacional, regional e municipal.
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Exemplos é que não faltam: Paulo Odone – ex-presidente do Grêmio – fez a sua carreira política “ancorada” nas questões que envolvem o esporte, mas, sobretudo com o apoio maciço dos gremistas. O deputado Cássia Carpes – ex-técnico do Pelotas – sempre que concorre à reeleição vem à “terrinha” pedir os seus votinhos para aqueles que recordam da memorável campanha do Pelotas de 1992. Não será diferente com o goleiro Danrlei, que pretende candidatar-se a deputado estadual no ano que vem e inclusive cogita montar um comitê aqui em Pelotas para sensibilizar gremistas e xavantes. Luiz Fernando Záchia – o ex-presidente do Inter - busca sempre nos torcedores colorados o seu espaço e passa por aqui granjeando apoios. E assim vai: Eurico Miranda, deputado constituinte é ex-presidente do Vasco; Márcio Braga fez do Flamengo um grande comitê para as suas eleições; Até Fernando Collor de Mello utilizou-se do CSA, como presidente do clube alagoano, para iniciar a sua jornada que culminou no Palácio do Planalto.
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No momento em que o estado e o país estão se preparando para entrar, em 2010, num novo processo que culminará na eleição de outubro, o velho Xavante não está escapando do assédio daqueles que vão à luta na busca por uma vaga nos parlamentos no próximo ano. A torcida Xavante, mais uma vez, já está sendo alvo dos que estão de olho no voto. Alguma novidade? Não!
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Mas daí começam surgir os problemas internos. Dia desses o vice-presidente do Brasil, Eduardo Pugatti, não pôde participar de uma reunião no Bento Freitas porque a pauta incluía assuntos trazidos pelo vereador Miltinho-PT e pelo candidato a deputado federal, Paulo Ferreira-PT – o novo messias da região. Como todos sabem Pugatti é ligado à assessoria do deputado federal Afonso Hamm-PP e não poderia, na visão dos interlocutores petistas ficar sabendo do teor “da prosa”! O tema era recursos e a sua “captação”!
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Recursos! Um tema central nessas discussões de momento, mas que estão sempre presentes nos clubes. De uma hora para outra surgem novas formas de captação antes tão escassas. E não é só no G. E. Brasil que o novo “duto” está irrigando cofres. O S.C. Rio Grande, presidido por um vereador – Alexandre Duarte Lindenmeyer-PT – que está cumprindo a risca os interesses do Partidos dos Trabalhadores e que já teria até despertado a imaginação de um companheiro local, recebeu coincidentemente em seu estádio - o Arthur Lawson - um sistema de iluminação que é fruto, em parte, desta eficiência momentânea e intervencionista. O Inter-SM tem no deputado Paulo Pimenta, também do PT uma referencia salvadora. O Avenida, de Santa Cruz, - no centro do estado, já sondado - poderá ser o novo alvo da veia salvadora.
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Coisas da política? Dos interesses? Claro! A eleição de 2010 já está deflagrada também nos bastidores do futebol. Não tem mistério. Será o interior do Rio Grande do Sul diferente da velha prática? Claro que não. Quem tem cacife para barrá-la? O processo, através dos clubes, vem por meio da “irrigação” financeira que partem dos candidatos ávidos da popularidade proporcionada pelas torcidas.
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É claro que os presidentes dos clubes, ordenadores de despesas que são, ficam quase reféns deste “oásis” em meio à seca reinante que é o futebol do interior. Eles, de certa maneira, estão certos em aproveitar a fartura de ocasião. Só que enquanto lobistas, candidatos, salvadores e messias da hora aparecem com um paliativo revigorante, e os clubes se socorrem nas dádivas momentâneas, também acabam invariavelmente mergulhando em disputas que muitas vezes deixam seqüelas irrecuperáveis.
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A semana revelou um Grêmio Esportivo Brasil dividido e buscando nas propostas de possíveis chapas, conciliar os caprichos políticos de um ou de outro sem muito pensar no clube. O bom seria que refletissem antes de entrar numa disputa que poderá causar danos severos. Por isso Helder Lopes, que não tem partido – seu partido é o Brasil – deveria ser reconduzido para o bem de todos e manutenção da tranqüilidade e da serenidade. Outra opção de ocasião seria uma aventura talvez com traumas. Apenas uma opinião!
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Blogs:
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Até a próxima!

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